Ausônio Tércio de Araújo nasceu em Currais Novos, no dia 12 de outubro
de 1935. Eram seus pais Ausônio Araújo e Maria Dalila Gomes. Seu pai era
funcionário da prefeitura local, exercendo a função de agente fiscal. Foi
batizado na matriz de Sant’Ana de Currais Novos, em 16 de novembro de 1935,
pelo padre Benedito Basílio Alves e teve como padrinhos Elysio Galvão e Letícia
Pereira Galvão.
O jovem Tércio fez seus estudos preliminares no grupo escolar Capitão
Mor Galvão com uma professora de nome dona Auta. Em 1947, entrou no seminário
Santo Cura d’Ars, em Caicó, tendo como reitor o holandês, da ordem dos
lazaristas, padre Geraldo Jacob e, como bispo, Dom José de Medeiros Delgado.
Naquela casa de formação sacerdotal fez o curso ginasial, concluído em 1950 e o
colegial em 1952. No ano seguinte, 1953, foi para Roma onde freqüentou a
Universidade Gregoriana, permanecendo ali até 1960. Na “cidade eterna” fez
filosofia e teologia, incluindo o mestrado em ambos os cursos. Encontrava-se em
Roma, no ano de 1956, quando recebeu a ingrata notícia da morte de seu pai,
vítima de problemas cardíacos.
No dia 2 de fevereiro de 1960 recebeu o presbiterado. Porém, permaneceu
em Roma até o final do ano a fim de implementar seus estudos. Ao retornar ao
Brasil, naquele ano, a pedido de conterrâneos, adiou por uma semana seu retorno
para Currais Novos, tempo suficiente para que fossem feitos, naquela cidade, os
preparativos da festa de sua chegada. Diz que permaneceu esse tempo na capital
paulista.
Em 1961 ele veio para Caicó e daqui nunca mais saiu. Naquele ano o
reitor do seminário era o bispo Dom Manuel Tavares de Araújo, e ele assumiu a
vice-reitoria substituindo o padre Itan Pereira, que assumira a direção do
Ginásio Diocesano Seridoense (GDS), uma vez que o monsenhor Walfredo Gurgel
deixara o GDS para ingressar na política. Também assumiu a capela de São José,
hoje paróquia.
Em 1963, assumiu a reitoria do seminário onde também foi professor da
cadeira de latim por longos anos. No Ginásio Diocesano, em 1964, Colégio
Diocesano, além de eterno diretor, foi professor de religião, história, OSPB e
francês. Em 1963, Dom Manuel Tavares fundou a Emissora de Educação Rural de
Caicó e ele se eternizou na direção.
Em 1966, no final do ano, o seminário diocesano – onde ele morava, fechou
e suas atividades se dividiram entre o Colégio Diocesano, a Emissora e a capela
de São José, que naquele ano passou a paróquia, desmembrando-se da catedral de
Sant’Ana. Suas atividades religiosas, então, aumentaram porque ficaram sob a
jurisdição da paróquia de São José, as capelas de Nossa Senhora das Graças – no
Abrigo, Santa Cruz e Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na Barra Nova e São
Pedro e São Paulo, no Walfredo Gurgel.
Em 1974, foi criado em Caicó o Campus Universitário e foram incontáveis
as disciplinas ensinadas por ele ao longo desses 30 anos. Metodologia das
Ciências, História da Filosofia e Teoria da História foram algumas delas. Mesmo
aposentado, continuou ensinando na universidade.
Em 1998, foi fundado o Instituto Cardeal Eugênio Sales, instalado nas
dependências do Colégio Diocesano e padre Tércio, que nesta época já havia sido
promovido a categoria de monsenhor, assumiu algumas disciplinas nos cursos de
Filosofia e Teologia. A tudo isso se inclui o cargo de membro do Conselho
Estadual de Educação, função que exige dele sucessivas viagens à Natal.
Como vemos, pela folha de serviço prestada à comunidade, monsenhor
Tércio merece todo nosso reconhecimento. Profundo conhecedor da história do
Seridó, do Rio Grande do Norte, do Brasil e do mundo, sempre que há promoção de
eventos culturais seu nome é lembrado para participar dos debates. Seu curso de
História, intitulado de “Curso de Suficiência”, ele fez em Natal no ano de
1965. Seu currículo é invejável. Poucas pessoas atingiram nível igual. Na
Diocese é um baluarte. Conhece toda a sua historia, a partir da fundação.
Aliás, ainda como seminarista menor, como ele mesmo conta, já auxiliava Dom
Delgado.
Ao monsenhor Tércio, toda a nossa
gratidão.
FONTE - BLOG DO JOSENILDO CARLOS