Nascido na Fazenda Namorados, no
município de Currais Novos , interior do Rio Grande do Norte , era
filho de Tomaz Alves dos Santos e de Francisca Maria de Jesus. Em suas obras,
apresenta a vida do homem sertanejo e sua vivência com a seca, a partir de
relatos sobre a luta pela sobrevivência nos sertões nordestinos e dos reflexos
vividos durante sua infância e adolescência.
Considerado como um escritor
versátil, encontram-se vários gêneros escritos. São temas de ordem lírica,
cultural, religiosa e social. Os temas religiosos são abundantes: homenagem aos
santos , à fé em JESUS Cristo, à confiança em DEUS. Nos
temas socio-culturais, ele destacou a violência, o flagelo da seca,
a vaquejada e o cangaço.
Celestino foi um homem que viveu
intensamente sua região. Os problemas do Nordeste sempre o preocuparam.
Acreditava que, para haver uma mudança no cenário de vida do nordestino, era
preciso uma perspectiva na política, através de uma ação de
solidadriedade e de melhor distribuição de renda . De forma honrosa,
manteve um bom casamento com a sua grande companheira Rosilda e soube criar
seus 15 filhos, repassando todo o seu legado de grande homem que foi.
Sempre usou bom senso e objetividade
quando do desempenho de suas funções na defesa dos mais "desamparados da
sorte".
Sensível ao progresso, tinha
uma larga visão em seus pronunciamentos e escritos. Naquela época, já defendia
a Transposição do Rio São Francisco
"No meu
entender, não há tempo para pensar duas vezes, é mobilizar a maior quantidade
de tratores que se possa, com firmas empreiteiras , da União, dos
Estados, dos municípios e mesmo das propriedades da região, localizá-los nas
imediações da Barragem de Sobradinho , no Rio São Francisco, marcar o
rumo do alto Piranhas, na Paraíba , passando pelo Alto Pajeu , no
Pernambuco, escavando o chão e levando água. À proporção que a água for
entrando pelo sertão adentro, vai gerando riquezas e dando mão-de-obra, tirando
o homem da emergência e levando-o ao trabalho produtivo ". ("O
Nordeste e as secas", Brasília, Gráfica do Senado Federal, 1983 1,
p. 10)
Seu espírito guerreiro e sua luta em
favor dos mais pobres fizeram a diferença. Era um autodidata e
grande pesquisador da cultura do sertanejo, a exemplo de Guimarães Rosa e
de Antônio Francisco Teixeira de
Dentre as muitas atividades que
assumiu, destacam-se:
·
presidente da Associação Estadual de Poetas Populares do Rio Grande do
Norte (AEPP), em 1988 ;
·
funcionário público, exercendo a função de Guarda Fiscal;
·
funcionário federal (FOMENTO Ginásio Agrícola);
·
mestre de obras na construção civil , em Brasília
·
vereador da Câmara Municipal de Currais Novos, entre 1967 e 1971.
Novamente em Currais Novos ,
voltou a ser comerciante pois o emprego público não lhe oferecia tantas
oportunidades. Era vendedor de redes r e cobertores.
Foi, durante oito anos, comentarista
agrícola e econômico da Rádio Ouro Branco, atuando no programa "Domingo
Total" e era uma dos âncoras mais bem sucedidos das vaquejadas que
aconteciam na cidade por ocasião da Festa de Sant'Ana.
Como vereador, apresentou inúmeros
requerimentos visando a melhoria das condições de vida da população, na época
com crescimento urbano muito elevado devido ao "auge" da economia
mineradora do município .
A abordagem dos fatos, em todos os
gêneros literários, é rica em detalhes em todas as obras de Celestino. O
escritor incorporou a história oral e o seu testemunho como fontes essenciais
para sua bem sucedida carreira na literatura.
Escreveu quatro livros, em prosa:
·
O Nordeste e as Secas - 1983;
·
Retoques da História de Currais Novos – 1985;
·
Vaqueiros e Vaquejadas - 1986;
·
Matutos e Tropeiros - 1989.
Em um dos livros, Retoques da
História de Currais Novos (1985), uma história chama a atenção do leitor.
Celestino relatou um drama pessoal, ao relatar a tragédia ocorrida na
tradicional procissão de Nossa Senhora de Fátima, em Currais Novos. No
dia 13 de maio de 1974, um ônibus desgovernado atropelou a multidão que
acompanhava a festividade. Vinte e quatro pessoas morreram e mais de cem
ficaram feridas. Celestino descreveu o drama do desaparecimento de uma filha e
o medo de ela estar entre as vítimas fatais do acidente. A agonia parou quando
ela foi encontrada horas após o desastre.
Incontáveis poemas desfilam em sua
produção. Tendo produzido diversos folhetos, destacam-se as homenagens aos
ícones, anônimos ou não, da identidade nacional. Destacam-se:
·
O ouro em Serra Pelada e a luta dos
garimpeiros - 1984;
·
O Menescal do Seridó - homenagem ao
senador Dinarte Mariz em 1984;
·
Doutor Tancredo Neves, uma vida pela
democracia - 1995;
·
Zumbi, o rei
dos Palmares - 1998.
Produziu Literatura de Cordel l,
destacando- se pela maestria na criação de versos. A presença de vida em meio
aos tempos de seca, a exemplo dos cactos, institui um clima de perseverança,
contrastando com a melancolia crepuscular do ambiente hostil. No poema Seca,
Celestino volta- se inicialmente para Deus, numa reflexão incontida, diante da
tragédia causada pela falta de chuva.
Na década de 1980, Celestino
morou no Distrito Federal Dl. Continuou com a sua obra em vigor, em
destaque para a homenagem escrita em literatura de Cordel ao
jornalista Mário Eugênio , assassinado em 1984 por denunciar
as barbáries causadas por integrantes da Polícia Militar do Distrito Federal .
Apesar de estar em plena atividade,
enfrentou problemas de saúde nos últimos dois anos de sua vida. Faleceu no
dia 10 de dezembro de 1991 d, aos 62 anos de idade, de câncer.
Celestino Alves é pai da atual
vereadora do município de Currais Novos , Maria Aparecida Alves Othon
do Partido Trabalhista do Brasilm PTB, mais popularmente conhecida
como Dadá do Hospital.
FONTE - WIKIPÉDIA
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